terça-feira, 1 de abril de 2014

Juventus: Um monopólio a preto e branco





Edição: Abril 2014
 104
Páginas: 74 a 77

4 comentários:

  1. A Juventus cresceu com o império Agnelli. E é um dos descendentes dessa família que se empenhou na contratação de CR7 para reconquistar a Champions

    A história da Juventus está umbilicalmente ligada ao Liceu Clássico Massimo D'Azeglio. Não, Cristiano Ronaldo não irá regressar às salas de aula, mas passa a fazer parte de imediato de uma história riquíssima, que começou a ser contada por um grupo de rapazes italianos e ingleses com idade máxima de 17 anos, que em 1897 decidiram criar um clube para jogar futebol, modalidade que já fazia furor em Inglaterra.

    Esses rapazes estudavam nesse liceu, que ainda hoje acolhe muitos alunos num edifício cuja fachada foi recentemente remodelada, afinal, trata-se de património histórico da cidade de Turim, que fica bem perto do cruzamento entre as avenidas Vittorio Emanuele II e Rei Umberto. Aquele era o tempo do nascimento do futebol em Itália e esses rapazes criaram uma identidade que nunca imaginariam que um dia seria popular em todo o mundo.

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  2. Preto e branco por engano


    A escolha do nome foi óbvia: a juventude. Que em italiano se diz gioventù, mas que no idioma de Piemonte, região do norte de Itália, se traduz como Juventus. O primeiro equipamento era cor-de-rosa e as listas brancas e pretas verticais da camisola só foram adotadas em 1903 por causa de um equívoco. A culpa foi do comerciante têxtil inglês John Savage, que tinha sido o primeiro jogador estrangeiro a disputar o campeonato italiano, fez uma requisição de equipamentos a uma fábrica de Inglaterra.

    Só que os trabalhadores da fábrica, ao verem o modelo rosa esbatido, pensaram que era uma camisola velha branca que estava desbotada... e vai daí mandaram para Turim os equipamentos que produziam para o Notts County, com riscas verticais pretas e brancas. Com o início do campeonato a aproximar-se e sem tempo para corrigir o erro, acabaram por aceitar as novas camisolas ao estilo britânico. Curioso é que as camisolas rosa são ainda hoje usadas pelas equipas do Liceu Clássico Massimo D'Azeglio.

    Foi por causa das cores do equipamento que em 1928 foi adotada a zebra empinada no emblema oval, que passou à história há um ano, quando a direção da Juventus decidiram mudar a imagem do clube, que passou a ter como símbolo dois 'jotas'. É esse o símbolo que Ronaldo irá usar nos próximos anos.

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  3. O clube com mais adeptos em Itália

    A Juve, como é carinhosamente chamada, é o clube com mais adeptos em Itália. São cerca de 38 milhões de adeptos espalhados pela Europa, segundo um estudo recente revelado pela estação de televisão SportMediaset, que apontou ainda que a Juventus tem 29% do total de adeptos em Itália, à frente de AC Milan (16,3%), Inter Milão (16%) e Nápoles (11,6%).

    É esta massa humana que, segundo Antonio Barrillà, jornalista com livros publicados sobre a Juventus, está "em extase" à espera que Cristiano Ronaldo chegue a Turim. "Quando se começou a falar no Ronaldo, muitos adeptos não acreditavam que era possível, mas agora estão loucos", frisou, revelando que os dirigentes da Juventus "estão à espera de 40 mil pessoas no estádio na apresentação" da estrela portuguesa, o que representa o estádio cheio.

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  4. Império Agnelli deu vida ao clube

    Foi só após a I Guerra Mundial que a Juventus começou a construir o estatuto de grande clube europeu. Sobretudo a partir de 1923 quando Edoardo Agnelli, filho do fundador da construtora de automóveis Fiat, foi eleito presidente por aclamação dos sócios. Foi o início do reinado de uma família poderosa à frente da Juventus, que coincidiu com a inauguração do seu primeiro estádio, o Corso Marsiglia, e a construção dos alicerces para uma grande equipa que dominou o futebol italiano nos anos 30 do século passado.

    A II Guerra Mundial interrompeu o sucesso da Juventus, que renasceria em 1947, já sob a presidência de Gianni Agnelli, filho de Edoardo, que morrera num desastre de avião. O império da Fiat já se confundia com o clube. Gianni ficou pouco tempo na liderança, mas lançou as bases para um novo ciclo de sucessos, aproveitado pelo irmão Umberto entre 1955 e 1962.

    Mas foi o ex-futebolista Giampiero Boniperti quem se tornou o presidente de referência para os adeptos da Juventus, pois em 1971 e 1990, conquistou nove títulos de campeão italiano, além da primeira Taça dos Campeões, duas Taças UEFA e uma Taça das Taças. Foi o responsável pelo crescimento internacional do clube, com a bênção da Fiat, cujo grupo está bastante empenhado na contratação de Cristiano Ronaldo, contratação que deverá ficar ligada a Andrea Agnelli, atual presidente da Juventus e filho do ex-presidente Umberto. John Elkann é outro dos nomes que poderá ficar ligado a CR7: é o neto de Gianni Agnelli, que dirige a Coorporação Fiat Chrysler e é diretor executivo da Exor, empresa de investimentos da família Agnelli, que irá financiar a operação.

    Andrea Agnelli é o responsável pela recuperação do clube, após o escândalo de corrupção que originou a despromoção à Série B. E o seu projeto fez com que a Juventus voltasse a dominar em Itália, bem traduzido nos sete títulos de campeão consecutivos, mas ainda lhe falta a Liga dos Campeões, depois de duas finais perdidas. E é aqui que encaixa a milionária contratação de Cristiano Ronaldo na ordem dos 120 milhões de euros: voltar à glória europeia, conquistada em 1985 e 1996, mas não só...

    "Não é apenas a pensar na Champions, a Juventus quer Ronaldo para uma operação mais ampla, que contempla a expansão da marca a nível mundial, que terá retorno em termos de merchandising", explicou Antonio Barillà ao DN.

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